

O assédio verbal feminino
Cantada não é elogio!
Texto e produção : Gabriela Cunha
29/11/2016
“Fiu fiu, gostosa, delícia...”. Qual mulher nunca ouviu nenhuma dessas palavras na rua, no transporte coletivo ou até no trabalho? Diariamente, mulheres escutam comentários obscenos, olhares, e às vezes toques indesejados por medo e receio de responder ao agressor. Este tipo de assédio é muito conhecido nas ruas, e ainda é aceito por parte da sociedade como uma atitude normal e instintiva do ser humano, não só no Brasil, mas em todo o mundo.
O que é ou não adequado uma mulher desconhecida ouvir em um espaço publico? Há mulheres que gostam de receber gracejos na rua, outras não gostam e até repudiam. Desde pequenas, algumas mulheres são ensinadas a receber os assédios verbais como “elogios”, mas isso não agrada e pode causar em algumas delas medo e humilhação. A cantada de rua configura assédio, quando surge um constrangimento por parte da mulher ao ouvir esses tipos de comentários.
O assédio verbal é considerado uma forma de violência de gênero, já que é direcionado a mulher. “O Assédio verbal é uma forma de violência de gênero. Violência de gênero é toda forma de violência (violação de direitos) baseada no gênero de uma pessoa. Mulheres sofrem assédio porque muitas pessoas consideram normal que se avalie e se aborde as moças que transitam pelas ruas. No entanto, muitas delas se sentem acuadas e desrespeitadas, o que faz disso uma violência” declarou a antropóloga e pesquisadora especializada em estudos de gênero e violência contra mulheres, Beatriz Accioly, em entrevista realizada em maio de 2016.
Muitas mulheres não sabem, mas existe uma contravenção penal de importunação pública ao pudor em que o assédio verbal (de modo ofensivo e que mexa com o pudor de uma mulher) pode gerar processo penal. O artigo 61 da Lei das contravenções penais (Decreto Lei nº 3.688 de 03 de Outubro de 1941) diz que uma pessoa é multada após importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor. Como esse artigo é uma contravenção, a pena é baixa, apenas uma multa.
Quando o assédio verbal ocorre, muitas vezes é tratado como se a vítima tivesse culpa do que ouviu. Grande parte da população procura justificar a responsabilidade de assédio à própria vítima, apontando na vestimenta da mulher, na maquiagem, no corpo esculturado, na beleza, ou até em detalhes mais sutis, como em um olhar, mas não aceitam que a responsabilidade é do assediador.
No mês de setembro de 2016, o Data Folha realizou uma pesquisa sobre estupro, na qual relatou que 1 a cada 3 brasileiros, culpam a vítima por estupros sofridos. 30% entre as mulheres concordam com a frase “A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada”. 42% dos homens dizem que mulheres que se dão ao respeito não são estupradas. Entre as mulheres, 85 % Têm medo de serem vítimas de agressão sexual.
Foto: Senado Federal

Foto: Arquivo pessoal
No carnaval de 2016, a TV Globo produziu uma matéria sobre as cantadas no carnaval, na qual relatou as reclamações de algumas mulheres e também o lado dos homens. Na reportagem, um dos entrevistados identificado como Alan Rodrigues, após ser questionado pela repórter se já assediou verbalmente, disse: “se ela é assediada, é porque provavelmente está dando abertura. Dificilmente alguém vai assediar alguém, se a pessoa não der certa abertura”. Após a transmissão da reportagem, a fala do entrevistado gerou comoção e raiva de internautas, e até dos apresentadores do jornal Bom dia Brasil. Giuliana Morrone, que estava apresentando o programa naquela data declarou: “essa fala é um absurdo completo”.
Na época de carnaval, o assédio é visto por grande parte da população como uma atitude normal dos foliões, mas muitas mulheres não acham certo. No começo de 2016, o portal Catraca Livre em parceria com a revista AzMina, criaram a campanha #CarnavalSemAssédio, para que internautas compartilhassem suas histórias através das redes sociais, ajudando a quebrar o silêncio sobre o tema. No carnaval de 2015, uma propaganda de bebida alcoólica gerou indignação e muita revolta entre as mulheres. Frases como "Esqueci o 'não' em casa" e "Topo antes de saber a pergunta" foram espalhadas nos pontos de ônibus. A empresa de bebida alcoólica, após ser procurada pelo portal UOL, disse que a campanha tem "como mote aceitar os convites da vida e aproveitar os bons momentos". “Repudiamos todo e qualquer ato de violência seja física ou emocional e reiteramos o nosso compromisso com o consumo responsável". Após esse mal entendido, as frases foram alteradas por outras.

Ao longo dos anos, por ocasião desta data festiva, muitas campanhas já foram criadas para alertar a sociedade e principalmente as mulheres de que o seu corpo não é um objeto, e muito menos pertence à outra pessoa. As peças publicitárias incentivam a mulher a dizer “não” e estimulam que as mulheres devem ser respeitadas.Um exemplo de campanha é a #MeuNúmeroÉ180 , que foi criada pelas agências The Aubergine Panda e Lynx, e contou com o apoio da ONU Mulheres.
Além de muitas mulheres se sentirem incomodadas com o assédio verbal, ele também as afeta psicologicamente. De acordo com a psicóloga forense, Analu Ianik Costa em entrevista realizada em abril de 2016, geralmente as mulheres se sentem invadidas e com uma sensação de impotência, sem falar no medo de que esse assédio verbal possa evoluir para assédio físico ou uma tentativa de estupro.
O caso da diarista Michelle Ferreira Ventura relata esse medo. A diarista foi golpeada com pauladas na cabeça no dia 13 de março, em Niterói, no Rio de Janeiro, após ter tirado satisfação com o suspeito Leonardo Bretas Vieira Mendes por não gostar dos assédios que sofria diariamente. Após quatro meses em estado grave, Michelle faleceu. O suspeito Leonardo Bretas Vieira Mendes foi indiciado e está preso.
Muitas vezes, algumas mulheres passam a fazer tratamentos psicológicos para não afetar o dia a dia delas. “Nestes casos trabalham-se aspectos como a não culpabilização da vítima, assim como se busca entender se existiram outras situações nas quais a mulher já foi vítima destes comportamentos abusivos dos homens e qual é o impacto dessa revitimização para ela” declara à psicóloga Analu Ianik Costa.
Analu nos conta que também já sofreu assédio verbal na rua. “Fiquei muito indignada todas às vezes, e sinto que isso afetou meu comportamento, pois até hoje em dia eu evito passar por lugares que tenha homens, chegando a atravessar a rua ou a ficar ansiosa e incomodada quando me aproximo de desconhecidos” declarou.
Atualmente, em 2016, alguns movimentos feministas têm tratado com frequência em suas redes sociais blogs o assunto. As redes sociais, de acordo com o escritor Luiz Martino, em seu livro Teoria das Mídias Digitais, são um tipo de relação entre seres humanos pautada pela flexibilidade de sua estrutura e pela dinâmica entre seus participantes.
Diferente das lutas feministas do século 19, que eram grupos que batalhavam por motivos internos, o ciberfeminismo¹ e a internet permitem que os grupos feministas lutem por motivos diferentes, mas que possam trocar experiências de diferentes grupos culturais e discutir outros assuntos. Esses grupos podem usar a arte, produções audiovisuais, música, vídeos, fotos, hashtag ² , etc.
A internet permite que as mulheres possam ter voz na sociedade, e assim se formaram grupos de apoio e contra os tipos de assédio e machismo (comportamento que favorece o sexo masculino e recusa a igualdade entre os gêneros). Em suas páginas nas redes sociais, as mulheres engajadas problematizam a questão, pedindo liberdade e atenção de uma sociedade que não se interessa pelo assunto, que já se conformou com algo corriqueiro do dia a dia.

Contra o assédio
campanhas que lutam
Hoje, em 2016, temos muitos grupos feministas inseridos na internet e nas redes sociais. Alguns grupos como o Não me Kahlo, Think Olga, Blogueiras Feministas, utilizam suas redes sociais para propagar temas diversos sobre o feminismo. Foram criadas campanhas através de suas páginas no Facebook, Twitter, e Instagram, que acabaram mexendo com o dia a dia de muitas pessoas. A campanha Chega de Fiu Fiu, foi criada pelo Think Olga em 2013, no qual recolheu informações de mulheres sobre o assédio sexual e verbal nas ruas, que repercutiu nas redes sociais e também na mídia, com a hashtag #chegadefiufiu. A ação contou com uma pesquisa com 7762 mulheres e 99,6% afirmaram já terem sido assediadas. 83% das entrevistadas disseram não “acharem legal” serem cantadas. Dessas mulheres, 73% não respondem aos assédios que ouvem na rua por medo. A campanha permitiu que muitas mulheres, além de contar a sua história, pudessem dividir experiências, trocar informações sobre os assédios como onde ocorreram, o que escutaram, entre outras informações.
Com a popularização das redes sociais, ficou muito mais fácil falar sobre um assunto específico, já que outras pessoas de diversos locais do mundo terão acesso ao mesmo conteúdo.Em 15 anos, houve um aumento de pessoas que acessam na internet. De acordo com a ONU, mais de 3,2 bilhões de pessoas estão usando a Internet
![]() Mapa da campanha Chega de Fiu Fiu | ![]() Mapa da campanha Chega de Fiu FiuMapa mostra relatos ocorridos na cidade de São Paulo | ![]() Mapa da campanha Chega de Fiu FiuRelato feito por uma internauta, ocorrido na Vila Madalena, em São Paulo. |
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![]() Mapa da campanha Chega de Fiu FiuRelato ocorrido no Rio de Janeiro | ![]() Aba de denúncia na campanhaCadastro e relatos das vitímas devem ser feitos pelo site. |

Foto: Arquivo pessoal
Outra campanha foi criada diretamente sobre o assédio verbal, mas essa, após um caso que ficou muito famoso. Em maio de 2016, uma repórter do portal IG de 21 anos, realizou uma entrevista com o cantor Mc Biel, no qual o artista assediou verbalmente a jornalista. Em um áudio divulgado pelo portal, o artista chama a repórter de “Gostosinha” e ainda fala “Menina, se eu te pego, eu te quebro no meio”. O cantor pediu desculpas através de um vídeo e logo depois, a jornalista e sua editora foram demitidas do portal. A partir da repercussão do caso, foi criada através de uma ideia da jornalista Janaina Garcia, o movimento feminista “Jornalistas Contra o Assédio” disponível no Facebook. A página na rede social foi criada em solidariedade à repórter, mas também em prol da luta contra o machismo. Foi criada a hashtag #jornalistascontraoassedio para compartilhar a voz de muitas jornalistas, que apoiam a campanha e o tema.
Após toda a repercussão do caso, alguns usuários do Twitter, acusaram o cantor de machismo, racismo, transfobia e preconceito, após alguns dos seus posts antigos serem divulgados. O cantor pediu desculpas e anunciou uma pausa em sua carreira.
O #PrimeiroAssédio, relatou histórias de assédios em qualquer idade. A campanha foi lançada em outubro de 2015 pela fundadora do coletivo feminista Think Olga, Juliana de Faria, após comentários abusivos e com teor sexual que eram direcionados para uma participante de 12 anos do programa MasterChef Júnior, que foi veiculado pela Bandeirantes em outubro de 2015. A ação utilizava a hashtag #primeiroassédio no Twitter e contou com histórias de assédio em mulheres.
A feminista e escritora Maria Giulia Pinheiro, esclareceu a importância do feminismo na internet, e das campanhas que são feitas: “Quando você coloca uma hashtag, que nem o Think Olga colocou do Primeiro Assédio, coloca-se em pauta algo que para as mulheres é tão normatizado, que nem discutimos isso, quem dirá pros homens, já que é tão normatizado que nem chegava aos ouvidos deles” relatou a feminista em entrevista realizada em setembro de 2016.
As hashtags e as campanhas tem ajudado diversas mulheres a exporem seus casos. “As redes sociais propiciam maneiras bem espontâneas como as recentes hashtags #PrimeroAssedio e #MeuAmigoSecreto. As consequências tem sido muito boas, cada vez mais mulheres sentem-se confiantes para relatar violências que vivenciaram. Precisamos falar cada vez mais sobre essas violências cotidianas, porque a reação da maioria dos homens ainda é "eu não sabia que era desse jeito, de repente meu Facebook foi inundado por relatos de amigas falando de coisas que já fiz e achava normais" declarou Bia Cardoso, pedagoga e uma das coordenadoras do Blogueiras Feministas, em entrevista realizada em setembro de 2016.

Relato de Letícia Souza para a campanha #Primeiroassedio

Relato de Tamila para a campanha #Primeiroassedio

Relato de Dani Lanovali para a campanha #Primeiroassedio

Relato de Letícia Souza para a campanha #Primeiroassedio
O “Blogueiras Feministas” foi criado em 2010, após a criação de um grupo de discussão, onde as feministas trocavam informações e debates sobre diversos assuntos relacionados. Com o crescimento do movimento, houve uma necessidade de criar outra plataforma, e assim foi criado o blog. Hoje, 2016, o Blogueiras Feministas conta com o blog e as redes sociais, criadas em 2011. Nos canais o coletivo publica uma média de 5 textos por dia, além de divulgarem os textos de outras feministas.
O coletivo já abordou o assédio verbal e revela que o tema gera sempre muita repercussão e muitos comentários. “Um dos nossos textos mais acessados é uma tradução que publicamos em 2013 chamada "Como abordar mulheres sem ser nojento". Sempre há homens e mulheres que dizem que estamos querendo acabar com os relacionamentos e questionam como as pessoas se conhecerão se não for dessa forma, mas no geral a grande maioria das mulheres sente na pele essa violência e não a aceitam mais.” declara Bia Cardoso.

A cultura do estupro
Foto: Arquivo pessoal
Atualmente, os casos de violência contra a mulher só são expostos na mídia e nas rodas de conversa, quando o assunto acaba tendo uma grande repercussão ou de características surpreendentes. Em maio de 2016, uma adolescente de 16 anos que foi estuprada por 33 homens, no Moro do Barão na zona oeste, após ir à casa de um “ficante”. Um vídeo da estudante foi divulgado nas redes sociais e o caso viralizou na mídia. Muitas pessoas comentavam em suas redes sociais que a culpa era da jovem, pois estava em uma favela, ou porque estava drogada ou bêbada.
Quantos casos como esse terá que acontecer para esse tipo de violência acabar? E quantos casos como da diarista Michelle Ferreira Ventura, que foi morta após reclamar sobre os assédios verbais que sofria, terão que acontecer para ser tema das nossas conversas?
Durante muito tempo, as violências contra as mulheres eram escondidas, tanto dentro de casa como fora. As agredidas psicologicamente e até as sexualmente se calavam. Nessa época, os maridos batiam em suas esposas e elas sofriam caladas, já que na vida de um casal, ninguém poderia se meter.
Após as pesquisas, entendo que a cultura do estupro está presente na nossa sociedade, não somente nas ações, mas também nas falas, gírias, músicas, etc. A cultura do estupro está presente em todo lugar.
Esse termo começou a ser usados após a década de 70 pelas feministas, para mostrar comportamentos e atitudes sutis e explicitas que estavam inseridos na sociedade, fazendo com que silenciasse a violência contra a mulher. Lembrando que a violência contra a mulher, não é somente o estupro, mas também o assédio verbal, violência física, sexual ou qualquer ato com apelo sexual sem consentimento de uma mulher.
Para se entender o que é essa cultura, a escritora e feminista, Maria Giulia Pinheiro, nos explicou do que estamos tratando: “A cultura do estupro é a lógica que rege a nossa sociedade. É uma estrutura de pensamento que coloca sempre a mulher em submissão ao homem, tanto na sociabilização quanto no nosso discurso” declarou a feminista. Esse termo descreve uma cultura que está estabelecida em nossa sociedade há muito tempo, em que diz que a violência sexual contra uma mulher, é normalizada tanto na mídia como na nossa cultura.
O assédio verbal é uma manifestação da cultura do estupro. De acordo com Maria Giulia, quando um homem fala “gostosa”, “delícia” ou até “te chuparia todinha”, ele não quer de fato ter relações sexuais com a mulher, mas sim mostrar que a mulher está passando em um espaço dele. “Não tem a ver com sexo. Tem a ver com ele mostrar que a mulher está na rua a serviço dele. Que a rua é um espaço público e que o espaço público não é destinado às mulheres, ela está ali como um objeto” declara a escritora.
Essa cultura culpabiliza a mulher pela violência que sofreu, através de questionamentos como roupa, comportamento, horário ou até mesmo na quantidade de bebida que a mulher ingeriu. É este tipo de pensamento e ações, que fazem com que a cultura do estupro continue inserida em nossa sociedade. É por causa dessa estrutura, que muitas mulheres não contam e não reagem quando são assediadas, tanto verbalmente como em uma violência sexual
As campanhas nas redes sociais tem um papel fundamental para o fim dessa cultura, como Primeiro Assédio ou como a Chega de Fiu Fiu, permitiram que assuntos que eram privados viessem a serem públicos. “O feminismo de internet tem um papel gigantesco com a conscientização da cultura de estupro. Ele problematiza e coloca o assunto a tona” declarou a feminista, Maria Giulia Pinheiro.

Bia Cardoso
Coordenadora do Blogueiras Feministas
“Um dos casos que mais me assustou foi uma época em que eu caminhava e corria no período da manhã, bem cedo, geralmente de moleton, camiseta larga e vários homens me assediavam, alguns deles me seguiam. E eu não estava com roupas que chamassem atenção, estava com o cabelo preso, sem maquiagem. Mas já tive também casos mais ostensivos em que a pessoa me esperava na portaria do prédio em que trabalhava e descobriu meu nome com os porteiros.”

Maria Giulia Pinheiro
escritora, atriz e feminista
“A história que mais me traumatizou foi quando eu estava entrando na estação Sumaré, e tinha uma fila de homens. Como era perto do natal, conforme eu passei eles falavam “hm, Feliz Natal, bonita!”, “Feliz Natal, gostosa”. No último cara eu já estava bem brava, então respondi de uma forma machista e disse “para a sua mãe também”. Quando virei para continuar andando, ele me deu um soco nas costas e eu acabei caindo. Os seguranças do metrô me ajudaram e me levaram para dentro. Isso me mostrou que ele não estava interessado em mim de fato, mas queria mostrar o quanto era "macho". Eu era só um objeto, e eles aproveitaram para mostrar sua masculinidade. Quando eu respondi, esse cara sentiu sua masculinidade afetada, e queria mostrar que ele dominava a situação”.
Nenhuma vítima tem culpa do assédio ou da violência que sofreu! A culpa não é da mulher por estar de short ou por estar na rua à noite.
O feminismo no ambiente online chega para expor situações desse tipo, como estupro, assédio ou qualquer crime sexual contra a mulher, para conscientizar a sociedade brasileira que a culpa nunca é da vítima.
Mesmo com diversas campanhas, entendemos que ainda há muito que se fazer para o fim da cultura do estupro e do assédio verbal, e que uma contribuição para o fim da violência contra a mulher deve vir desde a escola. A antropóloga Beatriz Accioly declarou: “Toda forma de violência de gênero (que não acontecem só com meninas, mas com pessoas LGBT, por exemplo) deve ser abordadas pela escola. As escolas são espaços de criação de cidadãos e de aprendizado da vida em sociedade, o que inclui o respeito aos direitos”.
Mas enquanto essa cultura perpetua em nossa sociedade, as mulheres podem usar suas redes sociais para expor e esclarecer sobre casos de assédio verbal. Na opinião de Maria Giulia, as mulheres precisam se ajudar sendo solidárias umas com as outras, dar incentivo às outras mulheres, não aceitar opressão, não aceitar piadas machistas, e não ser condizente com um amigo que maltrata a namorada, ter amor próprio. “Quando você luta por uma amiga, você também esta lutando por você!” declarou a feminista.

Créditos: Se essa rua fosse nossa
¹ feminismo introduzido na web
² (expressão usadas nas redes sociais para simbolizar as palavras-chaves)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Jornalismo - Comunicação Social da Universidade de Santo Amaro – UNISA.